Renan defende
limite para doações a campanhas eleitorais
Ao abrir a sessão temática no Plenário
sobre reforma política, na terça-feira (24), o presidente do Senado, Renan
Calheiros, defendeu a adoção de um teto para doações de campanhas eleitorais, a
eleição majoritária para deputados e exigências mínimas para que partidos
tenham acesso a dinheiro do fundo partidário e tempo de rádio e televisão.
O presidente lembrou que existem no
Senado dez proposições relativas a mudanças no sistema político brasileiro
prontas para serem votadas no plenário e pretende analisá-las o mais rápido
possível:
— Elas dizem respeito ao modelo de
financiamento, à proibição de coligações proporcionais, à obrigatoriedade do
voto, à reeleição e a desincompatibilizações, entre outros temas. Pretendo
pautá-las o mais rápido possível para que a reforma política, ainda que
fatiada, se torne uma realidade — disse.
Propostas
Para o senador, a forma como são eleitos
os deputados pelo sistema proporcional causa uma “distorção gravíssima e frauda
a vontade popular” ao permitir, por exemplo, que candidatos com 275 votos sejam
eleitos.
— Na proposta que representa a vontade
do eleitor, os parlamentares seriam eleitos pelo voto majoritário, e dessa
forma, as cadeiras passariam a ser dos candidatos mais votados individualmente.
O voto transferível é uma deformação que estimula as legendas de aluguel —
afirmou.
O financiamento das campanhas políticas
também precisa mudar, na opinião de Renan Calheiros. O financiamento
exclusivamente público seria uma solução, a seu ver, mas inviável diante dos
custos. Nas últimas eleições municipais, foram 500 mil candidatos, como
lembrou. Para o senador, o modelo mais recomendável seria um teto para despesa
de campanha, bem como um valor máximo para as doações de pessoas físicas e
jurídicas para cada candidato.
O presidente do Senado ainda defendeu
uma cláusula de desempenho segundo a qual só terão acesso a tempo de rádio e TV
e recursos do Fundo Partidário os partidos que obtiverem um percentual mínimo
do total de votos válidos no País.
Sessão temática
Esta é a primeira sessão temática
realizada pelo Senado neste ano e a segunda a tratar de reforma política. As
sessões temáticas possibilitaram o retorno da discussão de grandes temas ao
Senado, com a participação de convidados sem as limitações do Regimento
Interno. Segundo Renan, a ajuda das instituições é bem-vinda.
— Sabemos que a reforma política não é
apenas um anseio do Parlamento, mas de toda a sociedade. Por esse motivo, muito
nos agradam as manifestações de várias instituições sobre o que devemos mudar
para tornar mais transparente, econômica e legítima a escolha dos
representantes do povo, tal como a CNBB [Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil] e a OAB [Ordem dos Advogados do Brasil]. No que depender do Congresso
Nacional, todos os obstáculos serão transpostos — concluiu.
Fonte: Agência Senado
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