Congresso deixa
de confirmar acordo e PF reavalia paralisação na Copa
O governo acendeu o sinal de alerta: o
risco de uma greve da Polícia Federal (PF) voltou ao radar, a apenas um dia da
abertura da Copa do Mundo. Após horas de muita tensão na sessão conjunta do
Congresso Nacional, o reajuste de 15,8% autorizado pelo Planalto para agentes,
escrivães e papiloscopistas acabou não sendo confirmado ontem pelos
parlamentares, devido à obstrução das votações promovida pela oposição. Com
isso, os servidores vão avaliar, ao longo do dia de hoje, se retomam ou não o
calendário de paralisações e protestos em todo o país, por tempo indeterminado.
Os sindicalistas tendem a dar um crédito
à bancada governista, mas “esse empenho terá de ser avaliado pela categoria”,
ressaltou Luiz Baldens, vice-presidente da Associação Nacional dos Policiais
Federais (Ansef), ao Correio. A trégua havia sido obtida com o acerto de
reajuste, que dependia da aprovação do Projeto de Lei 05/2014, que altera a Lei
de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014 e a Lei Orçamentária Anual (LOA). Ele
ressaltou que o estado de greve é “anterior ao acordo”.
Ontem foi considerado um dia estratégico
pelos agentes da PF e visto como a última oportunidade antes da Copa para
reunirdeputados e senadores. A partir desta quarta-feira, todos retornarão a
seus estados para torcer pelo Brasil. “Tínhamos garantido que não haveria
manifestação ou paralisação, antes, durante ou depois da Copa, desde que o
governo cumprisse a parte dele. O compromisso é mútuo. Além disso, não haveria
porque recuar agora. Até por que o dinheiro está no Orçamento”, disse Jones
Leal, presidente da Federação Nacional da categoria (Fenapef).
Impacto
Nos cálculos da entidade, a correção
salarial deve representar um impacto de R$ 376 milhões na folha de pagamento da
União até janeiro, o que significa alta de 12% imediata — o restante será pago
em janeiro. Segundo Leal, os policiais, todo o tempo, mantiveram a expectativa
de que o governo encontraria outros mecanismos para fazer valer o acordo, mesmo
que a situação dentro do Congresso ficasse paralisada — sem respostas até o
próximo dia 5 de julho, prazo máximo para a aprovação de projetos em ano de
eleição.
A esperança, no entanto, poderia ir pelo
ralo porque a burocracia tem que ser seguida passo a passo. O Ministério do
Planejamento, por exemplo, lavou as mãos. Questionado se haveria outro
instrumento legal de que o governo pudesse lançar mão, caso o Congresso não
destravasse a pauta, o órgão, por meio da assessoria de imprensa informou
apenas que “o Planejamento não comenta pauta do Congresso”.
Fonte: Correio Braziliense
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