Servidores
penitenciários paralisam atividades na Bahia
Será deflagrada nesta quinta e
sexta-feira (20 e 21 de fevereiro) a paralisação das atividades nas unidades
penitenciárias da Bahia por meio turno. A medida é convocada pelo Sindicato dos
Servidores Penitenciários (Sinspeb) para denunciar a situação de precariedade
do sistema carcerário. De acordo com ofício enviado às autoridades, o ato dará
início a execução de operação padrão nas unidades até que o Estado regularize
minimamente as condição de trabalho.
O Sinspeb informa que a operação padrão
suspenderá as visitas aos detentos e atividades administrativas, educacionais,
laborativas e religiosas. A assistência médica também será limitada a casos de
urgência e emergência. “Será executado apenas o essencial à sobrevivência do
preso, pois não há mais condições de trabalhar sem efetivo e em condições tão
precárias, os agentes penitenciários têm trabalhado em atos de heroísmos, mas
isso está custando muito caro a esses profissionais negligenciados, mas
bastante cobrados”, explica o coordenador Geral do Sinspeb, Geonías Santos.
Reivindicações
A categoria reivindica a urgente
realização de concurso público para o cumprimento da resolução que prevê a
proporção mínima de 5 presos por agente. Segundo o sindicato, na Bahia, o
sistema tem funcionado com até 150 presos por agente. O Sinspeb critica também
a “militarização do sistema” e diz que a nomeação de policiais para suprir a
falta de pessoal contraria a Lei de Execução Penal, que determina que o quadro
“será integrado por cargos de carreira, de provimento permanente de Agente
Penitenciário”.
Outra queixa é o excedente de trabalho,
uma vez que a carga horária imposta aos servidores penitenciários é diferente
do praticado com os demais funcionários públicos que cumprem jornadas de 40
horas semanais. Os trabalhadores reclamam ainda da falta de estrutura física.
Eles alertam que maioria das 17 unidades prisionais foi construída há mais de
30 anos e sem qualquer manutenção passa por um processo de degradação, com
grades podres e infiltrações, colocando em risco a saúde tanto dos detentos
quanto dos servidores.
Na denúncia é citada ainda que a escolta
e custódia de detentos vêem sendo realizada por agentes desarmados e sem o
apoio da Polícia Militar. “Aqui o preso finge que está preso e nós fingimos que
fazemos a segurança. Porque o Estado não dá condições mínimas de custódia”,
reclama o coordenador geral do Sinspeb. O dirigente relata a inexistência de
equipamentos de segurança e a falta de treinamento dos servidores para reagir
em situações adversas.
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