Escola Parque
ganhará ‘Visitas Guiadas’
Ícone da educação no Brasil, por ser uma
das iniciativas mais inovadoras da América Latina quando foi criada na década
de 1950, a Escola Parque, em Salvador, nomeada de Complexo Educacional Carneiro
Ribeiro, administrado pela Secretaria de Educação do Estado da Bahia (SEC),
ganhará até setembro (2013) um projeto de visitação dirigida gratuita.
Com isso, professores, estudantes,
pesquisadores e demais visitantes agendarão visitas para conhecer in loco a
arquitetura, a história e as obras de arte que compõem o complexo idealizado
pelo educador baiano, consultor da UNESCO e um dos fundadores da Universidade
de Brasília, Anísio Teixeira (1900-1971). A unidade de ensino é considerada
modelo de modernização e de educação integrada com foco nas matérias
fundamentais, no acesso às artes, na sustentabilidade e na integração com a
natureza.
Para entender melhor o conceito de
visitas guiadas, professores da Escola Parque participaram nesta semana do
projeto `Visitas Guiadas ao Palácio Rio Branco´, oferecido pelo Instituto do
Patrimônio Artístico e Cultural da Bahia (IPAC), em parceria com a Fundação
Pedro Calmon, ambas, instituições da
Secretaria de Cultura do Estado (Secult-BA). A iniciativa faz parte do projeto
de educação patrimonial do IPAC e conta com a parceria da SEC, graças a um
convênio que prevê ações transversais entre as duas secretarias.
PATRIMÔNIO CULTURAL – Além de ter
painéis e murais de grandes artistas do modernismo brasileiro nas artes
plásticas, a Escola Parque teve suas edificações especialmente projetadas pelo
renomado arquiteto e urbanista baiano Diógenes Rebouças. Foi ele que projetou a
Avenida Contorno, o Hotel da Bahia, o antigo estádio da Fonte Nova (e dezenas
de outras edificações em Salvador) e planos urbanísticos de avenidas nos vales
da cidade. O complexo de prédios da Escola Parque é tombado, via IPAC, como
Patrimônio Cultural da Bahia desde 1981.
Durante a visita ao Rio Branco, mediada
pelo museólogo e coordenador do Memorial dos Governadores, Eduardo Fróes, os
professores conheceram os ambientes do palácio, com informações sobre
arquitetura, estilos e história.
“Contextualizamos a edificação com o processo de fundação da cidade, a
chegada de Tomé de Souza, passando por vários acontecimentos políticos
relevantes”, afirma Fróes.
Professores que já conheciam o Rio
Branco experimentaram novo exercício didático, com novos conceitos e informações.
“Tive explicações específicas, às quais não tinha acesso antes. Assim, pudemos
ter ideia de como o projeto visitas guiadas será na Escola Parque”, diz a
professora Maria Augusta Silva.
RESTAURAÇÕES – O projeto teve início em
2010, a partir de solicitação do governador Jaques Wagner durante vistorias
técnicas a obras de restauração que o IPAC fazia no Centro Antigo de Salvador.
“Criamos o ‘Projeto Visitas Guiadas’, por solicitação do governador para que
estudantes, professores, pesquisadores e visitantes em geral, mesmo durante as
obras e depois de inauguradas tivessem acesso direto à riqueza que envolve
intervenções em edificações de 200, 300 e até 400 anos”, explica a chefe da
Assessoria Técnica do IPAC, Margarete Abud, que então respondia pela ação.
Arquitetos especializados do IPAC
serviram de guias às restaurações das igrejas do Boqueirão, Pilar e Rosário dos
Pretos, à Casa das Sete Mortes, e ao Palácio Rio Branco, hoje, obras já
finalizadas. Atualmente, o projeto está concentrado no Rio Branco, que foi a
primeira casa governamental do Brasil. Para guiar as visitas neste local, foram
treinados dois mediadores que atendem os turnos matutino e vespertino.
Qualquer grupo interessado pode marcar
visitas ao Rio Branco. O mínimo são de 10 e o máximo de 30 pessoas. A agenda
funciona de terça a sexta-feira, das 10h às 18h, e aos sábados e domingos, das
9h às 13h. A visita é gratuita e inclui todos os espaços do palácio. O
agendamento pode ser feito no próprio local, pelo telefone (71) 3116-6928 ou
ainda pelo e-mail: museologia.fpc@gmail.com.
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