CEPLAC – SEUS ÚLTIMOS SUSPIROS
Por: José Rezende Mendonça
Quem seria os culpados por tudo isso?
Todos nós servidores ativos e aposentados, dirigentes, agricultores do cacau, sindicatos, associações, os poderes públicos municipais, estaduais e federal e os políticos que se dizem defensores desta instituição. Cada um com sua parcela de omissão, desinteresse, irresponsabilidade, poder, orgulho, vaidade e ou desconhecimento de causa.
Já escrevi sobre isso, e não fui bem compreendido, mas a verdade é uma só, e tudo começa em 20.12.1988, com o presidente José Sarney.
Logo em seguida com a chegada do novo secretário geral, o Sr. Joaquim Cardoso Filho. E Assim foi uma das manchetes daquela época.
“OPERAÇÃO
DESMONTE VAI TIRAR MIL FUNCIONÁRIOS DA CEPLAC”.
Passa pela chegada da doença Vassoura de Bruxa, Fernando Collor de Melo com a disponibilidade compactuada com alguns chefes de setores, divisões e departamentos da Ceplac.
Mas, chega o ano de 2003 e Lula torna-se presidente do Brasil, as esperanças pelo soerguimento da CEPLAC, cresce no meio da maioria dos servidores. Tudo em vão, foram quase 15 anos de promessas e o órgão morrendo por inanição, e não tem como negar isto.
Jamais uma instituição de pesquisa em qualquer lugar do mundo, sobrevive sem a sua renovação de pesquisadores e seus auxiliares. E desde 1989, que a CEPLAC não realiza nenhum concurso público, e os servidores se aposentando, morrendo, deixando o órgão para prestarem serviços em outros afins e não foram substituídos. Pesquisas perdidas ou ficaram no meio do caminho por falta de pesquisadores substitutos, verbas e incentivos. Reformas administrativas por alguns poucos do próprio corpo de servidores, que só pensaram em si, outros através de ações na justiça. Estava aí, mais um desânimo dos servidores que não conseguiram isso, principalmente os servidores da área administrativa e algumas profissões de nível superior.
Tudo isso, ali na nossa presença e a CEPLAC morrendo. Alguns aproveitaram para compensar as perdas salariais, com a alternativa do trabalho extra ilegal ou nos finais de semana. Outros se dedicaram aos estudos, no período que deveriam estar cumprindo suas oito horas na instituição. É duro dizer todo isso, mas não tem como negar que tudo isso minou a CEPLAC.
Lembro-me que já aposentado (1995), tentei alertar os colegas da ativa, como também a todos os outros que por lá passaram, onde aí me incluo. Mas, muitos não sentiram o drama que estava por vir. Alguns poucos foram à luta para tentar desfazer o nó, que fora dado em nossa CEPLAC. Mas, o nó fora bem dado, e hoje o que vemos apenas, são lamentações, saudades, revoltas e muita dor na alma. E mais uma vez, deixamos nos embriagar pelos nossos representantes, que simplesmente nos abandonaram e procuraram o caminho mais interessante que foi a política partidária, e por lá ficaram com promessas enganadoras e deu em tudo isso, que agora lamentamos.
Hoje, esses mesmos políticos são tão covardes, que querem jogar este desmonte ao atual presidente do Brasil. Isso é querer menosprezar a inteligência da maioria dos servidores. Esta farsa só serve, para quem não é da Região Cacaueira e outras partes deste país, pois até isso deixaram a CEPLAC, com o nome apagado, até mesmo perante o Congresso Nacional, pois falar de CEPLAC naquele plenário era motivo de gozação.
Portanto, colegas da CEPLAC, vamos cair na real e admitir que neste período, todos nós ficamos vendo a banda passar, ou sentado na beira do caminho, vendo a poeira levantar-se, e ali praticamente hipnotizados morremos intoxicados.
Entendo que, a morte final, já com atestado de óbito, será quando nossos abnegados colegas que ainda estão no RH se aposentarem. Pois, aí vai-se todo nosso cordão umbilical que um dia foi enterrado na CEPLAC.
Pontal/Ilhéus - 24.de janeiro de 2022
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