MP investiga
graves denúncias contra a Prefeitura de Camamu
O Ministério Público da Bahia, através
do Procurador Geral de Justiça, Márcio Fahel, recebeu e investiga as graves
denúncias de abuso de poder, malversação de dinheiro público, licitações
dirigidas para beneficiar empresas fantasmas, além de desvio de verbas federais
oriundas do Fundeb e de nepotismo, envolvendo a Prefeitura Municipal de Camamu.
A acusada é a prefeita de Camamu,
Emiliana Assunção, eleita em eleições suplementares (2013), irmã do ex-prefeito
Zequinha da Mata, seu atual secretário de Governo, a quem os denunciantes
acusam de ser “o prefeito de fato”. O secretário de Finanças, Manoel Assunção,
também é irmão da prefeita.
As denúncias foram entregues em 2014 e
renovadas no dia 16/06, por uma comitiva integrada pelo deputado federal
Davidson Magalhães (PCdoB-Ba), deputado estadual Rosemberg Pinto (PT) e lideranças
de Camamu, a ex-prefeita, Ioná Queirós, os vereadores Ronaldo Figueredo (Nal da
Canal-PCdoB) e Manoel Luis (PT), além de Rita de Cássia Cardoso, presidente do
Conselho da Criança e do Adolescente de Camamu, e as professoras Juciaria
Barbosa e Joice Aderne.
O deputado Davidson Magalhães articulou
a audiência convicto de que “ o MP certamente investigará as gravíssimas
denúncias de desvio de verbas e outras práticas irregulares cometidas pela
Prefeitura Municipal e que acabam prejudicando o ensino e o próprio
desenvolvimento da cidade”. O vereador Nal da Canal também se pronunciou
esperançoso de que “o nepotismo e os desvios de verbas federais destinadas à
educação serão apurados e os culpados processados pois a educação está sendo
prejudicada devido ao comportamento inadequado do executivo municipal”.
Os documentos entregues ao MP incluem
licitações dirigidas, fotos de reformas de colégios interrompidas, e até mesmo
acusam o vereador Enock Sousa de “alugar sua própria casa ao Executivo, em
transação nunca explicada”, conforme afirmou o vereador Nal do Canal.
Denunciam-se também a venda irregular de uma patrol, pertencente ao município e
de vários carros vendidos sem licitações, conforme reza a lei.
Na ocasião, o grupo solicitou ao MP a
nomeação de um promotor público para a comarca, além de protocolar as várias
denúncias sobre a atual administração municipal. Uma delas, envolve uma empresa
(Kells B.Mendes) inscrita na Juceb como empresa de comércio varejista e que
venceu a licitação da Prefeitura Municipal de Camamu para “capacitação de
professores da rede municipal ministrando cursos presenciais na área de
tecnologia da informática”.
De acordo com os denunciantes “a empresa
não possui nenhuma referência na área de capacitação profissional e mesmo assim
foi a vencedora já tendo recebido mesmo sem comprovação dos serviços cerca de
185 mil reais desviados do Fundeb”, afirma o documento entregue ao MP da Bahia.
O vereador Nal da Canal disse ao
Procurador que desde o ano passado solicitou esclarecimentos à Secretaria de
Educação, sobre as denúncias de desvio de verbas federais e nunca obteve
resposta: “Enquanto os professores fazem greve por salários atrasados e
defasados a Prefeitura desvia verbas e gasta sem prestar contas à comunidade,
sem falar nas condições precárias das escolas municipais, sem condições de
utilização, colocando em risco os estudantes pois os tetos estão caindo, além
de faltar tudo na sala de aula”.
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