Educar é ensinar
a fazer escolhas...
por Oly de Jose Morais Ramos
Sabe-se que uma nação se constrói pela
educação; é por meio dela que se abrem os caminhos dos cidadãos. Os países que
investem em Educação têm grande parte de seus problemas sanados; já os que
pouco investem nela, conhecem o caos na sociedade.
Os leitores sabem muito bem do que falo,
pois nosso país está mergulhado nesse caos. Temos, então, de educar a população
brasileira para conseguirmos uma melhoria significativa em todos os aspectos. O
que é, porém, educar? Seria ministrar aulas das ciências em geral matemática,
português, geografia, história, biologia?
Sim, mas isso não é o suficiente. É
preciso ir além. É necessário, sim, que os jovens conheçam as ciências e saibam
aplicálas no dia a dia para evoluírem; o problema, porém, é que quem ensina
isso aos jovens somos nós, adultos, a partir da nossa perspectiva, da nossa
visão do que é a vida.
Eles, no entanto, não a conhecem, pois
têm sua própria visão. Nós impingimos a eles nossas crenças, nossos dogmas,
nossos "conhecimentos". Educar não significa conduzir o jovem ao
caminho que julgamos ser o certo, porque o caminho certo não existe.
Aquilo que serviu à minha vida para que
eu conseguisse ser o que sou numa época em que se enviavam cartas e telegramas
aos amigos e amores pelo correio, não serve aos que vivem hoje a revolução
tecnológica, época da comunicação instantânea não somente aqui na Terra, mas
daqui para o resto do universo, como ocorreu com o papa Bento 16 e alguns
astronautas. Educar é ensinar os jovens a fazer escolhas, mesmo que erradas.
Sim! É importante fazer escolhas
erradas, pois é mediante o erro que se adquire mais experiência. Lógico que o
melhor seria aprender pela teoria para não errar na prática, mas, quando o
conhecimento é empírico é mais marcante. Claro está também que temos de
incentivar os jovens a se desenvolverem por meio de escolhas adequadas, e isso
se consegue incutindo na mente deles a teoria apropriada.
É aqui que começa o trabalho do Educador
com letra maiúscula mesmo. Incutir na mente do jovem a teoria apropriada não
precisa ser por meio de repetição pura e simples da teoria ano após ano. Isso é
ineficaz. Quer uma prova disso? Pense nas regras de acentuação gráfica, que
todos nós estudamos ao menos três vezes na nossa vida escolar.
Lembra-se delas? Certamente não. Por
isso é preciso mudar o método; é preciso mudar o foco. O foco da educação tem
de ser a aprendizagem do aluno, o que se consegue a partir da ação do próprio
aluno. O papel do educador não deve ser o de pregador, o de dono absoluto da
verdade. O professor tem de falar menos em sala de aula; tem de dar menos
respostas e fazer mais perguntas, levando o jovem a buscar a resposta por si
só. O papel do professor tem de ser de mediador do conhecimento, e não de
transmissor de conhecimento. Educar é entusiasmar!
É mostrar ao jovem que aquele
conhecimento específico é interessante, apesar de, às vezes, ser maçante. É
mostrar que aquilo que parece ser desagradável naquele momento pode ser
decisivo no futuro, quando houver a necessidade de aplicá-lo. Além disso, é
mostrar que ter cultura é um diferencial positivo, que ajuda e muito na
vida social e profissional.
Para isso, porém, o educador seja pai,
mãe, professor ou professora precisa ser um diferencial, precisa mostrar ao
jovem que para ele valeu a pena estudar, valeu a pena se esforçar; precisa
mostrar que suas escolhas foram importantes para a sua formação como cidadão;
precisa mostrar que houve muitas escolhas erradas, e que elas foram
determinantes para a construção de sua personalidade.
Precisa, enfim, ser um cidadão pleno,
ilibado, ético. Educar é cuidar; é ensinar a ser curioso, a buscar respostas
pelo próprio raciocínio, não pela opinião dos demais; é ajudar a crescer, a ser
humano, no sentido de pertencente à humanidade, para também aprender a
respeitar o outro; é, pelo exemplo, incentivar a ser cidadão pleno, ilibado,
ético.
Oly de Jose Morais Ramos
Empresário e Colaborador do Planeta
Voluntários
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