CPI do HSBC pode
quebrar sigilos de mais de 50 pessoas
A Comissão Parlamentar de Inquérito do
HSBC tem reunião marcada para esta terça-feira (30), a partir de 14h30, para
votar 51 requerimentos de quebras de sigilos fiscal e bancário. A maioria dos
pedidos é assinada pelo vice-presidente da CPI, senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP).
O primeiro requerimento solicita a
transferência dos sigilos do ex-prefeito de Niterói (RJ) José Roberto Saad
Silveira. A CPI quer saber se, entre 1993 e 2015, ele declarou à Secretaria da
Receita Federal ter contas bancárias no exterior. Se a resposta for positiva, a
comissão quer saber quais os valores declarados. Silveira ocupou o cargo de
prefeito da cidade fluminense por quatro mandatos.
Há ainda o pedido para as quebras de
sigilo do diretor-presidente do Grupo Galvão Engenharia, Dario de Queiroz
Galvão Filho. No requerimento, o senador Randolfe lembrou que reportagem
publicada pelo jornalista Fernando Rodrigues, em fevereiro deste ano, aponta
que Dario Galvão teria mais de US$ 4 milhões depositados em conta secreta no
HSBC da Suíça. O executivo está envolvido com o caso de corrupção na Petrobras.
A CPI do HSBC também quer saber da
Receita Federal se, entre 1998 e 2007, o ex-presidente da Companhia Siderúrgica
Nacional (CSN) e do Conselho de Administração da Companhia Vale Benjamin
Steinbruch declarou ter contas bancárias no exterior. Outro requerimento que
pode ser votado pela CPI do HSBC na terça-feira é o que pede ao banco os nomes
de brasileiros que tinham contas na filial suíça entre 2006 e 2007.
Preocupação
Na última reunião da CPI do HSBC, o
senador Randolfe Rodrigues disse estar preocupado com os rumos do trabalho.
Reclamou que a comissão parlamentar de inquérito ainda não ouviu as pessoas
diretamente envolvidas na lista veiculada pelo jornalista Fernando Rodrigues e
também pelo jornal O Globo.
— Se não tomarmos providência, não
fizermos convocações, não quebrarmos sigilos e não aprofundarmos investigações,
não há razão de esta CPI existir. Então, acabemos, encerremos a CPI hoje e
deixemos o trabalho por conta da Polícia Federal, da Receita Federal, de quem
quer que seja, e não façamos mais nada. É mais cômodo. Não façamos mais nada.
Eu estou convencido de que a CPI tem que avançar. Temos que ouvir depoimentos,
temos que ter convocações e temos que quebrar sigilos — propôs Randolfe.
Fonte: Agência Senado
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