Ilha de
Matarandiba ganha projeto museológico de memória e preservação
A Ilha de Matarandiba, no município de
Vera Cruz, localizada entre o continente e a Ilha de Itaparica, na Baía de
Todos os Santos, está ganhando um projeto museológico de documentação para
preservação da história e memória dessa população. Trata-se do 'Ponto de Memória
Tia Dina'. A ideia é sistematizar, classificar, catalogar e levantar dados, na
busca pela preservação da história da comunidade. O projeto tem patrocínio do
Edital Setorial de Museus 2016 do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultura
(IPAC) da Secretária de Cultura (SecultBa), com recursos do Fundo de Cultura da
Bahia.
“Matarandiba é uma ilha pequena, mas tem
muita história que merece ser preservada. Além disso, dispomos de peças que
representam o valor histórico e a identidade do povo local”, assegura Adenildes
Leal, proponente do projeto. Segundo ela, o trabalho vai permitir que a novas
gerações conheçam e aprendam a manter a cultura. O projeto também auxilia o
controle e a organização técnica da instituição museológica no município. “É
urgente documentar o acervo com critérios técnicos museológicos adequados para
garantir sua preservação, fortalecendo esse ponto de memória”, lembra
Adenildes. O trabalho contará com a
equipe técnica e administrativa do IPAC e o grupo componente do projeto, realizando
pesquisa junto à comunidade.
Para Canuta Boa Morte, moradora nativa
da Ilha de Matarandiba o ponto de cultura Tia Dina fortalece a identidade e a
cultura do povo. “Existem peças aqui que lembram meus avós, como o ferro de
passar à carvão e a máquina de datilografar antiga, dentre outros”, relata
Canuta. A localidade mantém viva manifestações culturais, como o samba de roda,
bumba-meu-boi, o terno de Reis e o arauê. “A praça fica lotada de pessoas nas
épocas em que temos festas”, diz a moradora Canuta.
HISTÓRIA – A Vila de Matarandiba é uma
comunidade de pescadores e marisqueiras situada na contra costa da Ilha de
Itaparica, região do Recôncavo baiano. A pequena comunidade integra a Baía de
Todos os Santos e, apesar de não ser muito divulgada como ponto turístico,
possui destinos para passeios. Segundo o historiador Ubaldo Osório (1979), a
vila também já foi chama de Ilha dos Burgos, por ter pertencido aos
descendentes do ouvidor Cristóvão de Burgos, o que foi responsável por
fortificações na Bahia.
Em 2012, esse Ponto de Memória foi
reconhecido pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/MinC) por mérito de
trabalhar com o fortalecimento de memória social e coletiva de comunidades, a
partir do cidadão e de suas origens, histórias e valores.
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