PL 4330 da
Terceirização sem Limites: Discussão política começa a voltar aos eixos
Por Jorge
Barbosa*
A dura derrota
imposta aos trabalhadores durante a votação do Projeto de Lei – PL 4330 -,
revela claramente a composição conservadora da Câmara dos Deputados onde a
maioria assumem a postura de agentes do capital contra o trabalho.
Os únicos
partidos que fecharam questão contra o projeto da precarização do trabalho via
terceirização foram PCdoB, PT e PSOL. O placar foi devastador: 324 a favor
e 137 contra. Dos 137 setenta e oito
votos vieram dos três partidos de esquerda
e apenas 59 dos demais.
Desde o final do
ano, diante das dificuldades econômicas provenientes da longa crise mundial do
capitalismo iniciada em 2008, o governo Dilma vem buscando a execução de um
ajuste fiscal, impondo inclusive de maneira contraditória perdas a classe
trabalhadora através das Medidas Provisórias 664 e 665 que dificultam o acesso
a direitos previdenciários e assistenciais. O ajuste não propõe a taxação de
grandes fortunas, nem mesmo a devida tributação de bens de luxo, a exemplo de
lanchas, iates e helicópteros. Tal atitude tem gerado grande confusão na
população e especialmente na classe trabalhadora.
A mídia e a
direita têm se aproveitado da difícil situação econômica e política, além dos
erros de articulação política cometidos
pelo governo para desestabilizar o país, impondo uma pauta conservadora no
Congresso com ataques aos direitos dos
trabalhadores, à Petrobrás, ao pré-sal e até mesmo aos direitos humanos, como é
o caso do projeto que reduz a maioridade penal.
O que a mídia
não explica é que as dificuldades por que passa a economia com o desequilíbrio
nas contas do governo é proveniente das medidas anticíclicas adotadas desde
2008 para salvaguardar o Brasil e os brasileiros da recessão, do arrocho
salarial e do desemprego, consequências que estão vivendo os países que
adotaram o receituário ortodoxo que
dispõe de cortes de investimentos e
despesas públicas e provocam a recessão.
A classe média
beneficiou-se extremamente das medidas econômicas do governo, como a oferta do crédito por parte dos bancos
públicos, sem falar no PAC e no incremento do mercado imobiliário. Muita gente que estava quebrada hoje é empresário da construção civil. Tantos
outros corretores de imóveis, comerciantes e empreendedores em diversos ramos.
Só que diante da súbita mudança de vida e de preconceito de classe, não
enxergam a realidade e estão sendo ganhos por propostas atrasadas,
preconceituosas, fundamentalistas, entreguistas e golpistas.
Espero que a
partir de agora com o choque de realidade que foi a votação do PL 4330, o
verdadeiro debate político seja restabelecido e a verdadeira ordem das coisas
volte a normalidade, onde a direita e seus partidos (PSDB, DEM, PTB, PPS, PV,
PR, PSD, PROS) entre outros defendem os interesses do capital, dos ricos e
poderosos e que a esquerda (PCdoB, PT,
PSOL) luta pela valorização do trabalho,
desenvolvimento econômico, democracia e soberania nacional.
*Jorge Barbosa é
presidente do Sindicato dos Bancários de Itabuna e Região
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