Gasolina vai a
R$ 3,70 no Rio
Esse é o preço do litro esperado para
Zona Sul na semana que vem quando Petrobras liberar reajuste
Rio - Gasolina a quase R$3,70 o litro é
o que o carioca da Zona Sul deve se preparar para encontrar já na semana que
vem. O reajuste aguarda apenas decisão do Conselho da Petrobras que seria tomada
ontem, mas foi adiada para próxima terça-feira. Especialistas apostam que o
aumento será de 5%, podendo ir a 6%. Com a alta, o valor médio cobrado nos
postos do Município do Rio, usando dados da mais recente pesquisa da Agência
Nacional de Petróleo (ANP), deve passar de R$ 3,098 para R$3,250.
Na Gávea, Zona Sul, onde se encontra o
preço mais alto da cidade (R$ 3,499), o litro poderá custar R$ 3,673. No Méier,
Zona Norte, área mais barata, de R$ 2,849 deve passar para R$ 2,991, o litro.
Cida Schneider, presidenta do Sindicato
do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência do
Rio de Janeiro (Sindicomb), informou que o reajuste será repassado
integralmente para os consumidores. “A margem de lucro dos donos de postos é
baixa e eles não terão condições de absorver este aumento”, argumentou a
presidenta da entidade.
Gilberto Braga, professor de Finanças do
Ibmec e da Fundação Dom Cabral, avalia que a alta só não deve ser maior por
conta da queda do preço internacional do barril de petróleo. “O valor do óleo
bruto nacional abaixou no mercado lá fora, o que pesa a favor da Petrobras. Com
o reajuste previsto, o governo vai poder respirar um pouco”, explicou o
economista.
Braga diz ainda que o reajuste dos
combustíveis vai impactar nos preços de produtos como um todo. “A alta se dará
em função do frete que as empresas do setor devem repassar”, avalia.
Organizador de eventos, Joaquim Sousa,
60 anos, morador na Glória, não concorda com o aumento. Mesmo com carro flex
ele diz que vai continuar abastecendo com gasolina. “Não vejo razão para pagar
tão caro pelo combustível. Por mais que suba, não confio na eficiência do
etanol. Vou continuar pagando mais caro mesmo”, disse Sousa, que gasta 35
litros por semana para abastecer.
O taxista Yano Maia, 35, que mora em São
Cristóvão, diz que o jeito será fugir para o gás. “A gasolina está cara e se o
preço subir mais o jeito será optar pelo GNV ”, relatou.
Moisés dos Santos, gerente do posto
Lapa, no bairro de mesmo nome, revela que muitos clientes já vinham perguntando
sobre o aumento. “Sinto que eles estão indignados. Mesmo assim, não podemos
fazer nada. Se a gasolina subir, teremos que repassar o valor, não tem outra
saída”, lamenta.
Saiba onde o combustível está mais
barato
Pesquisa semanal da ANP no varejo do
Rio, para o período de 26 de outubro e hoje, mostrou que os postos de gasolina
Alto Astral (sem bandeira), na Rua Medina, 137, no Méier, e o Sagez Centros de
Distribuição (Ipiranga), que fica na Rua Conselheiro Galvão, 322, em Madureira,
são os que têm preço de gasolina mais em conta: R$2,849. Já o litro mais caro
era cobrado em dois postos na Gávea. O consumidor estava pagando R$3,499 no
posto Ipiranga Jockey Rio, na Avenida Bartolomeu Mitre, 1.361, e no posto BR
Marques de São Vicente, na rua de mesmo nome, no bairro.
Segundo o economista Gilberto Braga , em
alguns casos vale mais a pena o consumidor com carro flex abastecer com etanol
se o valor do litro custar até 70% do preço da gasolina.
“Basta fazer uma conta bem simples:
pegue o valor do litro da gasolina e multiplique por 0,70. Confira se o
resultado é menor ou não do que o litro do etanol. Ficando abaixo, vale usar
etanol”, explica o professor do Ibmec.
Consumo de GNV reduz 3% no ano
O consumo de gás natural veicular (GNV)
caiu em todo o Brasil. De janeiro a setembro deste ano a redução ficou em torno
de 3%, comparado a igual período de 2013, segundo a Associação Brasileira das
Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás).
O motivo da queda, segundo a entidade,
foi a falta de incentivos oficiais ao uso do combustível, que é mais barato em
relação à gasolina e ao etanol, mas depende da instalação de equipamentos
específicos, o kit gás.
Para ajudar o setor, especialistas apontam
para desconto no IPVA para quem usar o combustível, linha de crédito para
conversão de GNV, desoneração tributária e incentivo às montadoras.
ETANOL
A safra de cana 2014/2015 no centro-sul
do Brasil, que está caminhando para o seu final, registrou aumento dos custos
de produção e margens mais apertadas de rentabilidade para o setor
sucroenergético. A avaliação é de estudo divulgado ontem pela Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).
“Os preços da cana, do açúcar e do
etanol serão insuficientes para cobrir o total de despesas da atividade. Os
custos com a matéria-prima devem subir 8% e os industriais terão alta de 10%”,
afirmou a CNA em nota, sem detalhar as margens de lucro.
O levantamento sobre o setor, cujo
endividamento tem crescido nos últimos anos, em meio a políticas públicas
desfavoráveis ao etanol e aos preços baixos do açúcar, incluiu as usinas tanto
das regiões tradicionais do país quanto das áreas de expansão.
FONTE: ODIA.IG
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