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terça-feira, 22 de abril de 2014

São Paulo e Brasília são as cidades mais caras do país, revela o BC

São Paulo e Brasília são as cidades mais caras do país, revela o BC
Em pesquisa do Banco Central (BC), divulgada nesta segunda-feira, São Paulo e Brasília disputam o posto de cidade mais cara do Brasil. Comparando o custo de vida com o restante do país, a capital paulista tem preços 9% maiores do que a média nacional e a federal, 15% superiores. Os cálculos integram estudo do BC, o qual projeta que serão necessários 25 anos para a região metropolitana de São Paulo recuar para o preço médio verificado na média do País.
O Nordeste, em contraponto, tem o menor custo de vida, 14% inferior ao da média nacional. No entanto, essa diferença começa a diminuir. Com o avanço econômico da região Nordeste nos últimos anos e a maior demanda por produtos e serviços, os preços desses itens passaram a subir, mas o processo ainda é lento: serão necessários 89 anos para que a região atinja o custo de vida médio do Brasil.
No Norte, esse prazo de convergência é ainda maior, e chega a 119 anos. O estudo do BC destaca ainda que, das cinco grandes regiões brasileiras, três estão ficando mais caras (Norte, Nordeste e Sul), uma está ficando mais em conta (Sudeste) e uma está estável (Centro-Oeste), sem perspectiva de cair para a média nacional. Para economistas ouvidos pela agência de notícias do diário conservador paulistano O Estado de S. Paulo, os dados do Banco Central evidenciam, além das diferenças regionais de níveis de preço, que as desigualdades brasileiras persistem.
A despeito de avanços, sobretudo depois da expansão do grupo que se convencionou chamar de nova classe média, e de programas de distribuição de renda, as regiões onde são verificados os menores custos de vida ainda estão associadas com os menores salários e os piores níveis de bem estar social, com exceção do Sul.
– Essa diferença de preços se explica pelas diferenças históricas e pelo mercado de trabalho regional. No caso de São Paulo, o custo da mão de obra é o que puxa os níveis de preço, assim como em Brasília – afirma Vagner Alves, economista da gestora de recursos Franklin Templeton, ao jornal.
Ainda de acordo com a pesquisa, o maior nível de qualidade de vida está no Sul. Para Alves, isso se explica porque a região tem patamar de preços 4% menor que a média nacional e, ao mesmo tempo, baixa taxa de desemprego.
– Consequentemente o Sul também detém uma das rendas mais elevadas. Se comparar São Paulo com Porto Alegre, não há diferença no preço de serviços; essa disparidade pode ser observada, no entanto, nos preços de bens e nos preços administrados, segmentos nos quais a inflação paulista é maior – observou Alves.
O Norte e o Nordeste, em contraponto, têm os menores níveis de bem estar, mas se aproximam gradualmente das outras áreas do País.
Preços altos
Em um levantamento informal sobre o custo da alimentação nas proximidades de prédios do Banco Central, em diferentes regiões, os dados ilustram a pesquisa da própria entidade. Nas proximidades da sede do BC, em Brasília, o preço do prato feito, por exemplo, que é um produto comum a todas as regiões brasileiras, é R$ 12, o mais elevado entre as cidades observadas. Entre o ano passado e 2014, o preço desse prato foi reajustado em 20%.
Já em Recife, o custo do prato feito – conhecido em várias regiões como PF – foi reajustado em 28,57% entre um ano e outro, mas, mesmo assim, na cidade ele sai por R$ 9.

FONTE: CORREIO DO BRASIL

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